Muitas pessoas já tiveram a experiência de ver aquelas manchinhas que se movimentam a medida em mudamos o direcionamento do nosso olhar. Na grande maioria das vezes nos acostumamos, mas em alguns casos isso incomoda bastante.
O conteúdo interno do olho tem aspecto gelatinoso e é conhecido como humor vítreo. Composto de 98% de água e uma rede de fibras de colágeno e ácido hialurônico. Tem como principal função nutrir as estruturas internas do olho. A luz entra através da pupila e atravessa o vítreo chegando até a retina. No início da vida o humor vítreo é transparente, mas com o processo de envelhecimento depósitos decorrentes de processos degenerativos passam a ocorrer. A liquefação vítrea leva a condensação das fibras levando ao aparecimento das moscas volantes. Essas opacidades projetam sombra na retina e por essa razão observa-se a presença de pequenos pontos/manchas no campo visual.
Dentre os riscos para o desenvolvimento das moscas volantes estão idade acima dos 50 anos, miopia, trauma ocular, complicações da cirurgia de catarata, retinopatia diabética, dentre outros.
A presença de flashes e do aumento das moscas volantes são sinais de alerta para procura de avaliação médica, pois há a possibilidade de trações e descolamentos da retina. Os aspectos são diversos. Linhas, círculos, teias de aranha, pontos. O dignóstico é feito pelo médico oftalmologista e de forma geral o tratamento é o acompanhamento conservador.
Estudo piloto realizado em Taiwan e publicado pelo Journal of American Science demonstrou o poder da bromelina. O abacaxi possui muitos nutrientes essenciais, vitaminas, minerais e a enzima bromelina que tem ação proteolítica e também propriedades antifibrinolíticas.
Todo o estudo reuniu 388 indivíduos e foi dividido em dois experimentos.
Experimento I: 190 pessoas fizeram parte onde o grupo foi dividido em pessoas que tinham apenas uma mosca volante e o outro grupo com várias moscas volantes. Todos tinham a tarefa de comer duas fatias de abacaxi após o almoço por 3 meses. Após três meses o grupo de 120 pessoas que tinha apenas 01 mosca volante reduziu para 29,2%, ou seja, apenas 35 indivíduos permaneceram com mosca volante. Dos 70 que tinham várias moscas volantes a redução foi de 27,1%, ou seja, apenas 19 indivíduos continuaram apresentando moscas.
Experimento 2: os 198 indivíduos apresentavam várias moscas volantes. O grupo foi dividido em três partes. O grupo com baixa (01 fatia de abacaxi), média (02 fatias) e alta ingesta de abacaxi (03 fatias). Cada fatia tinha em média 100 gramas de abacaxi. O consumo deveria ocorrer após o almoço. A redução de indivíduos apresentando moscas volantes foi de 45,5%, 37,8% e 30,2%, respectivamente. O estudo não apresentou nenhum efeito colateral. Pessoas com intolerância à abacaxi ou que precisam de um controle rigoroso da glicemia precisam ter cautela em relação ao consumo da fruta.
Não houve danos ou inflamação na retina. Assim como não houve nenhuma alteração na glicemia dos participantes. Após três meses de estudo foi possível verificar nos indivíduos que relataram o desaparecimento das moscas a confirmação por oftalmoscopia e Tomografia de Coerência Óptica. A ingestão de abacaxi diminui a agregação das fibrilas de colágeno que se agregam e formam as moscas volantes.
Conclui-se que a ingestão regular de abacaxi pode diminuir a agregação de fibrilas de colágeno através do processo de vitreólise farmacológica.
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Fonte: Pharmacologic vitreolysis of vitreous floaters by 3-month pineapple supplement in Taiwan: A pilot study. J Am Sci 2019;15(4):17-30]. ISSN 1545-1003 (print); ISSN 2375-7264 (online). http://www.jofamericanscience.org. 3. doi:10.7537/marsjas150419.03.
Muito bons seus artigos, gostei!!
Parabéns pela iniciativa de nós passar informação !
Obrigada Maura. Sinta-se a vontade para sugerir conteúdos para as próximas publicações.